23 julho 2006

O QUE É ENERGIA?

A palavra energia provém do grego energes (atuar) que por sua vez deriva de ergon (obra). Ou seja: equivalente a real, efetivo, aquilo que atua, que produz efeitos. Isto vale tanto para as energias externas do mundo físico, como para as humanas ou internas e também para os demais reinos da Natureza. Tampouco será necessário insistir que Einstein demonstrou a substancial identidade entre energia e matéria, e a possibilidade de transformar uma em outra: a matéria é energia em estado de condensação, a energia é matéria em estado radiante.

A Física reconhece cinco estados da matéria (ou energia): sólido, líquido, gasoso, eletromagnético ou radiante e plásmico. Os três primeiros são os mais “comuns”, ou melhor dizendo, mais familiares por sua primeira relação com os sentidos vulgares de percepção. O quarto estado (eletromagnético ou radiante) é muito mais sutil: se desloca à velocidade de deslocamento da luz e transporta energia que se manifesta em efeitos ou fenômenos calóricos, químicos, luminosos, elétricos, magnéticos, etc: tem um aspecto dual por ser ondas e corpúsculos. O quinto estado conhecido, ou seja o plásmico, é o apreciado nas estrelas, na Via Láctea e nas reações termonucleares; ou seja, é onde a temperatura supera os cem milhões de graus. É um estado muito especial, defícil de imaginar... e que, sem dúvida, constitui 99% do Universo observado. Sobre estas bases é que Planck afirmou que “ na realidade, a matéria não existe e tudo é energia”.

De qualquer modo, para a Física de nossos dias a matéria inerte não existe: o que parece estático, imóvel, é na realidade um conjunto de partículas em rapidíssimo movimento. Giram milhões de vezes por segundo os elétrons em torno de seus núcleos em cada átomo, fenômeno inimaginável para a mente comum; são incessantes geradores dos quais não se tem nenhuma consciência. O que pareceria um fato estático _ por exemplo, uma pedra apoiada no solo_ observado em outra dimensão mais real, interna _ ou seja, na escala atômica_ é um complexo jogo dinâmico de ações e reações.

Cada átomo consta de um núcleo denso muito pequeno, situado no centro de uma esfera de influência relativamente enorme e vazia. Para se ter uma idéia do tamanho e as relações das ditas partes, recordemos que o diâmetro do átomo é da ordem de uma centésima de milionésima de milímetro; de modo que se imaginarmos um núcleo de um milímetro de diâmetro, as órbitas mediriam dez metros... o que significa que em sua imensa maior parte está “vazio”, mantendo-se este espaço pela energia do sistema.

A observação interna é tão válida quanto a externa: inclusive poderia dizer-se que é mais porque é mais imediata. Afinal de contas, a noção mesma de energia deriva da observação interna antes que a externa. A energia é então certa coisa que o ser humano sente interiormente em si mesmo primeiramente, e que logo volta a encontrar fora dele. Se não se tem em conta esta ordem de precedência, facilmente pode cair-se no erro de fazer do fato exterior um fenômeno primário, e do interior um epifenômeno.

Uma conclusão importante de tudo isto para a Biopsicoenergética é que a medida da capacidade ou consciência da observação interna é também, por sua vez, a medida da qualificação dos fenômenos externos.
Fonte: BIOPSICOENERGÉTICA . ‘O ser humano como medida’ . Livio Vinardi


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